domingo, 13 de dezembro de 2009

Multi informação

Nem sei se essa palavra existe. Se não, acabei de inventar... é que eu acredito que obter informações variadas, diferentes, faz com que a mente consiga fazer com elas muito mais coisas interessantes do que uma mente que está focada apenas em determinada coisa. Sei lá, eu sempre fui a favor de ver, ouvir, ler, conhecer de tudo. Quer dizer, nem sempre - só depois que eu cresci! rs.

Na verdade, percebi isso no dia em que comer cebola frita me deu um prazer imenso. Isso porque passei minha infância inteira separando a cebola do resto da comida. E um dia percebi que eu gostava de cebola, apenas nunca tinha tentado comer porque não gostava da sua aparência (que coisa mais emblemática, hein?!).

Quer ver outra coisa que eu perdi durante uns 20 anos da minha vida? Côco. Hoje, adoro cocada, bom bocado, quindim, hummmm. Mas eu não suportava côco. De nenhum jeito, inteiro, ralado, em doces, bolos. Éca. E quando eu abri minha mente para o mundo dos alimentos e temperos etc., eu simplesmente gostei.

Ontem, estávamos conversando, meu irmão, eu, o Roger e a Fabi, sobre as discussões que estão acontecendo sobre o que é ou não possível de ser consumido com o tal vale-cultura do governo brasileiro. Bem, aprendi na faculdade, com vários autores (e isso me faz crer que o ensino é válido, e que ele faz falta a quem não tem diploma, mesmo para grandes profissionais), que cultura é toda construção de conhecimento.

Cada país, cada povo, cada grupo tem sua cultura particular. Há a cultura erudita, a popular, a folclórica, a marginal, mas é tudo cultura, não é? Então que me desculpem os intelectualóides, mas revista é, sim, cultura (independente do segmento), gibi é sim cultura (e um grande mercado para roteiristas, desenhistas e arte-finalizadores), e é bom ler, ouvir, ver, conhecer de tudo um pouco, para poder ter idéias formadas sobre as coisas, mas com o mínimo possível de preconceitos.

Eu sou uma leitora voráz (porque gosto e leio muito, mas também porque leio muito rápido). Gosto de boas histórias. Gosto de boas leituras. Gosto de bons autores. Adoro os clássicos. Gosto de ver como desenharam determinada época - e é exatamente por isso que também gosto de moda e de saber por meio dos costumes como um tempo se portava e quais os significados implícitos nas mínimas coisas.

Mas também sou curiosa e gosto de saber o motivo pelo qual um livro vira best-seller, por exemplo. Leio livros de vendas, livros de ficção, livros-reportagem. Livros com figuras e até livros infantis me deixam caidinha. Eu leio e só. Até bula de remédio, rs.

Música? Tenho minhas preferências e o que está no meu mp3. Maaaas, eu escuto quase tudo. E se alguém vem como uma novidade, antes de dizer "éca!" eu vou lá ouvir. E é por isso que entre as minhas músicas preferidas estão clássicas, rocks, pops, estrangeiras, nacionais. Gosto de tudo que me toca. De tudo que tem a ver com o momento que estou vivendo.

Tem coisas que eu odeio? Lógico que tem. Mas eu odeio porque escutei e não gostei. Ponto. E sei que tem um monte de gente que gosta, então... tudo bem!!! Aprendi a andar com várias turmas desde cedo. Entre meus amigos sempre teve quem era metaleiro, quem curtia ouvir pagode, as meninas que gostavam de axé e funk e o pessoal do forró.

E muitas vezes, eu fui a festas em que não estava rolando o som que eu curtia só porque a companhia era boa. Pessoas são melhores que coisas, que sons, que tudo. Porque são a causa primeira de tudo. São os construtores da cultura. E quem não aprende a observar com delicadeza e respeito as pessoas, não saberá jamais apreciar a cultura de verdade.

É horrível conversar com quem acha que sabe tudo. E normalmente essa pessoa não sabe mais do que nós, só pensa que sabe. E é horrível estar por perto de quem só te julga, o tempo todo. Eu gosto de pessoas de mente aberta, que agem assim: "vc gosta disso? Eu não gosto. Mas tudo bem".
É péssimo quando sentimos que a pessoa te diminui por você não pensar como ela. Eu acho muito bonito conviver com as diferenças. Claro que a seleção natural dos gostos acaba colocando a gente perto de quem pensa parecido. Mas, de qualquer forma, seria muito chato se todos pensassem da mesma forma, gostassem das mesmas coisas.

Aprendi uma grande lição casando com um dj. Que ama Techno (talvez mais do que ama a mim... rs). Eu não gostava de música eletrônica. E descobri que eu NÃO CONHECIA música eletrônica. E por isso tinha preconceito, que me cegava e não me deixava conhecer. É sempre uma bola de neve - você não gosta porque não conhece porque não gosta porque não conhece porque...

Então, queria poder dizer ao mundo: ABRAM SUAS MENTES!!! OLHEM PARA O DIFERENTE, PARA O DESCONHECIDO, COM O DEVIDO RESPEITO. E QUANDO DECIDIREM QUE AQUELA NÃO É SUA PRAIA, AINDA ASSIM DÊEM UMA VOLTA POR LÁ COM SEUS AMIGOS DIFERENTES DE VEZ EM QUANDO. É NOS MOMENTOS MAIS DESPRETENCIOSOS QUE DESCOBRIMOS PRECIOSIDADES!!!

Como eu não posso gritar, posso escrever. Pronto, falei!

3 comentários:

Tatsu disse...

É a idade ne amore? Monte de coisas que eu também não gostava de comer e agora como...e isso se reflete em varias outras coisas na minha vida.

Unknown disse...

Concordo 100%. No mundo de hoje, onde tudo se encontra na Wikipédia, tem MUITA gente por aí que acha que sabe tudo. Conheço alguns assim... Porém o tal "tudo" não passa de informações superficiais que encontraram na internet.

Um exemplo é a arte marcial. Eu tinha uma visão de que a que eu praticava era a melhor e ponto final... até praticar outras. Não acho que a primeira é ruim por causa disso, apenas percebo que existe muito mais do que nossos olhos tampados (por preconceito, no caso dos sabe-tudo da internet, ou pelo ego) podem ver.

OPEN YOUR MIND!!

Ana Paula disse...

Adorei o texto Kati, sabe tbém não gostava de cebola, nem de beringela. Hoje eu amo as duas coisas. E isso tudoo faz parte da vida, vejo pela Alice, olha pra cebola e fala que tem nojinho..kkkk
Beringela?????? Imagina, não é rosa!!!Credo! hahahha
Mas enfim, como eu fui modificando meus gostos, aprendendo a experimentar, será assim com ela tbém. O duro é ..quando adultos se comportam dessa forma, colocam aquele negócio que cavalo usa (como é mesmo?)se fecham no mundinho e preferem não experimentar.

Concordo contigo.