sexta-feira, 6 de maio de 2011

Mãe é um coração só

No ano passado, nessa mesma época, eu estava exultante, vivendo o terceiro mês de uma gravidez mais do que desejada. Recebi felicitações, bilhetinhos, flores. E naquela época a coisa mais linda desse mundo ainda era um feijãozinho e nem chutava na minha barriga. E eu já era feliz. Mais do que feliz, eu já me considerava a mulher mais sortuda do mundo, com uma pontinha de dúvida se aquilo era verdade e se aquele presente ia mesmo se concretizar (infelizmente, aprendi desde cedo que "quando a esmola é demais, o santo desconfia").

Hoje, um ano depois, parece mentira que tenho no meu colo um bebê de quase seis meses, que já quer sentar sozinho, pegar a colher sozinho, acha que sabe a melhor para tudo nessa vida (estamos trabalhando essa parte da paciência nele, rs) e que já passou por fases tão distintas: de magrinho a fofinho, de moreninho e loirinho, de dorminhoco a chorão na hora de dormir, de cheirosinho a sugismundo de papinha e assim por diante.

Naquela época eu achava que eu era sortuda. Achava que era feliz. Achava que a vida não poderia ser melhor do que era com aquele coraçãozinho a mais batendo dentro de mim. E quer saber? Podia. Porque hoje, sem dúvidas, eu sou mais feliz do que eu era um ano atrás. E acredito que esse sentimento seja mutante e exponencial. E vai continuar enquanto eu e ele existirmos. Porque agora o meu coração bate fora de mim, né? Sabe como é: mãe é um coração gigante, que ou está batendo de alegria ou de apreensão, ou está cheio de orgulho ou de tristeza, ou tá colorido com a presença filial, ou está apertadinho e morrendo de saudade.

Acho que depois que a gente é mãe passa a ter mais consciência do nosso próprio coração. Antes a gente nem dava bola - a não ser quando estava apaixonada - ficava ele lá, esquecido, batendo corriqueiro com as coisas do dia a dia. Mas agora? Meu Deus, agora é um sobressalto aqui, um derramamento de doçura ali. Mãe é coração puro. E como sofre. É dor e delícia, trabalho e compensação. E eu fico pensando que já fui assim, pequenininha, no colo da minha mãe, e que ela me amou tanto quanto e amo meu filho. E aí eu a amo ainda mais. E é um tal de amor prá cá, amor prá lá. Ainda bem que isso tudo existe, porque senão a vida seria muito menos maravilhosa, cheirosa e aconchegante.

Obs. mãe, eu queria estar aí, mas tu sabes que moras no meu coração, que nada disso teria acontecido se tu não tivesse me escolhido prá ser tua filha. Muito obrigada! Te amo*

2 comentários:

Ana Paula disse...

ai que texto emocionante. Choreyy rsrsrs.

Anônimo disse...

Sinto a mesma coisa so que numa visão masculina. rsrsrs