sexta-feira, 29 de julho de 2011

Vaca leiteira

Uma das coisas que mais me atormentavam durante a gravidez era a amamentação. Eu tinha pavor de não ter leite, mas também tinha um medinho do desconhecido que era amamentar. Será que eu conseguiria? Iria doer muito? Iria doer para sempre? Será que o Enzo iria engordar só com o meu leite? E muitos serás mais.

E com a ajuda de muita leitura + curso para gestantes do Santa Catarina + minha mãe segurando minha mão + creme passado pelo obstetra + o maior amor do mundo = eu virei uma verdadeira vaca leiteira com meu bezerrinho grudado no peito, primeiro a cada 2 horas (porque ele era magrinho e eu tive que incentivar a mamar bastante), depois a cada 3 horas.

Amamentar é algo ímpar. Inesquecível!

E o processo foi mais estressante mentalmente do que fisicamente, porque tive pouquíssimo tempo de dor, mas tinha que tirar a primeira parte do leite manualmente para que o Enzo mamasse o leite gordo e ganhasse peso rapidamente. E funcionou. E foi tudo lindo. E eu amei amamentar, foi uma das experiênciais mais incríveis e plenas da minha vida. No terceiro mês ele ganhou 1kg. Só mamando no peito! E eu rindo à toa...

Mas eu disse amei porque acabou. Um belo dia seu filho olha para você e diz: mamãe, não quero mais seu peito. Ok, ok, não foi bem assim (rsrsrs), mas ao contrário do que eu previa, situações e circunstâncias (nenhuma delas ruim, graças a Deus) nos levaram ao desmame. A decisão, a forma como aconteceu, confesso que para uma mãe taurina foi um choque. Ainda bem que faço terapia, rs.

Gente pequena que já sabe o que quer...

Intimamente, eu queria continuar. Eu achava que continuaria ao menos pela manhã e à noite, mas o Enzo é de uma personalidade forte, e para ele, ou era tudo ou nada. Moral da história: hoje, depois da poeira baixada, todos tranquilos, ele mama bastante NAN PRO 2. E adora. E está lindo, feliz.

E sei que isso foi o começo de um processo de independência que estava batendo na porta de tão necessário, sabe? Imaginem assim: minha família mora longe, aqui é São Paulo, então a família daqui e os amigos moram longe também, e o Enzo passa 24 horas da vidinha dele comigo. E algumas horas por dia com o pai, claro.

Nós nos divertimos muito, ele e eu. Saímos todos os dias para uma volta, eu não deixo de fazer quase nada por ter um filho: ele se acostumou desde cedo a mercados, shoppings, metrôs, e até ao escritório. Mas aos 8 meses, a criança começa a entender que ela é algo separado da mãe, que não somos a mesma coisa, e aí ele estava começando a não querer mais ir com ninguém, especialmente quando estou por perto.

A gente é parceirinho, sabe?

Talvez não tenha muito a ver (já que não sou eu a psicóloga), mas acho que o desmame está nos ajudando a entender que estar longe dá saudade, mas não mata (rs). Ele, de forma mais consciente, e eu lá no fundinho da alma.

Semana passada Enzo praticamente passou um dia só com o pai. Saiu, passeou, tomou mamadeira, comeu mingauzinho. Tudo com o pai. E tranquilíssimo. Fiquei tão orgulhosa! Nós já tomamos a decisão: em breve o Enzo vai para a escolinha meio período, para conviver com outras crianças, brincar bastante e gastar energia. Confesso que está cada vez mais difícil dar a atenção que ele precisa – imagina quando ele começar a andar (e juro, não deve demorar, rs)!

Vai dizer que não é precoce esse guri? rs

Sei que cada mãe passa por algo único e especial à sua maneira. Tem aquelas que amamentam muito, facilmente e até os 2 anos de idade do bebê, tem aquelas que não conseguem amamentar por falta de leite ou pela dor que sentem, tem aqueles bebês que não pegam o peito de jeito nenhum e aqueles que sofrem para desmamar. Cada caso é diferente, já que estamos falando de seres humanos, únicos e individuais, mesmo que em miniatura, né?

No meu caso, posso dizer de carteirinha: foi lindo, melhor do que eu sonhava, sinto uma saudade imensa de ter meu bebezinho se alimentando no meu peito e cada vez que olho uma foto ainda me emociono (acho que vai ser assim para sempre, será?). Mas confesso que essa nova fase também está intensa e estou bem feliz. Agora o Enzo pode ser alimentado por outras pessoas, e isso diminui minha ansiedade e preocupação. E ele está entrando numa rotina legal e comendo muuuita fruta, alguns cereais e as papinhas salgadas.

Depois de cortar o cabelo, com cara de homenzinho. Eu morro, né? rs

Ah, e antes, a hora de mamar era um chororô só, ele queria e tinha que ser naquela hora e pronto, só relaxava mais quando estava passeando. Agora noto que ele mostra fome, mas não chora mais. Só se ele vê a mamadeira e a gente fica viajando e demora prá por na boca. Ele continua um bezerrinho, rs.

Quanto a mim, na prática há um lado bom e um ruim. O bom é qe posso usar TODAS as minhas roupas, antes era um tal de blusinha de botão só, rs. Ah e posso passar creme e óleo no corpo todo sem tirar para amamentar. O lado ruim? Lá se foi meu silicone natural, rs.

Um comentário:

Ana Paula disse...

hahahahah, muito bom!!!

Ai florrr, tá tudo sendo na hora certa, é isso aí relaxa, e ele cada dia mais lindo!

Vou contar, tem um menino na classe da Alice que mamava até o início desse anoooo, o moleque já tinha 5 anos!!! Pensa? Daí a mãe deixava ele na escola e todo dia era um choro só da criança, confesso q morria de dó do menino por ter uma mãe tão doida rsrsr. Ela mesmo dizia, q era ela q não queria parar de amamentar. E faz parte do processo de crescimento né, isso tem q acontecer!

O Enzo ta lindoooo de cabelo hominhooo, logo mais vem o meu. bjss