quarta-feira, 8 de junho de 2011

Bulling de mãe. Existe?

Eu sempre tive um pensamento: eu teria um filho (ou filhos) e o (s) colocaria na escolinha quando chegasse a hora. Babá, nem pensar, ainda mais morando em uma cidade como São Paulo, onde é mais difícil conhecer as pessoas etc. E a hora certa de colocar na escolinha, porque eu trabalhava fora de casa, era o 4º ou 6º mês do bebê, dependendo do meu empregador. Eu não conhecia pessoas que tinham filhos e ficavam com eles em casa - ou entregavam para babás ou colocavam em escolinhas. E eu ficaria com a segunda opção.

Porém quando nosso filho nasce, as idéias mudam. E como mudam! Eu comecei a sofrer pensando no momento em que eu iria deixar aquele serzinho minúsculo (lembram como o Enzo nasceu pequenininho?) em um berçário. Mas consegui fazer um acordo no trabalho (já agradeci a Monica aqui, mas vale dizer de novo: obrigada!) e fazer boa parte das minhas tarefas do escritório de casa.
Vejam bem: nada contra as escolinhas! Se eu não tivesse feito o acordo na empresa, o Enzo estaria lá, na melhor que eu conseguisse e eu conviveria com isso, como todas as mães-heroínas que existem por aí! Mas não posso dizer que estou infeliz por ele estar casa. Claro que não! Eu agradeço a Deus todos os dias por essa oportunidade e gostaria que todas as mães pudessem ter esse privilégio.
Mas como eu não critico aquelas que seguem a necessidade e deixam seus filhos nos berçários da vida, gostaria muito de não sofrer críticas por não fazer o mesmo. Eu brinquei ontem (mas será que é tão bricadeira assim?) que estou sofrendo bulling de mãe, rs. Tudo que acontece com o Enzo, bom ou ruim, mas especialmente as coisas não tão boas assim, são culpa dele não estar na escolinha.

Desmamar será mais difícil por ele estar em casa. Ele ficará mais manhoso por estar em casa. Ele vai ser menos sociável por estar em casa. Ele será mais egoísta por estar em casa. Ele será menos esperto e inteligente por estar em casa. E eu pergunto: será???
Nem eu nem meus irmãos fomos para berçários. Tínhamos babá em casa, cuidando exclusivamente da gente o dia todo. E obviamente, quando minha mãe chegava nos cobria de amores. E nenhum de nós foi criança manhosa ou burra ou egoísta ou antisocial e nenhum de nós mamou por tempo maior do que o necessário. Tem a filha de um casal de amigos meus que também foi criada em casa, metade por babá, metade pela avó, metade pela mãe que trabalhava em casa como eu e metade pelo pai que também tinha horário flexível (sim, tudo isso de metade). E é uma criança incrível.

As pessoas usam frases como: desmamar em casa será complicado, se ele fosse para a escolinha isso seria natural. Natural não, forçado, né? Mais "fácil" porque tem motivo, necessidade, não é tão flexível. E fácil do ponto de vista prático, porque tem amiga minha aí prá dizer o quanto emocionalmente difícil é essa transição.
O Enzo estar em casa hoje é uma benção. E torna algumas coisas mais fáceis e outras mais difíceis. Vai chegar uma hora em que será necessário para ele ir a uma escola: para conviver com crianças da idade dele, para gastar energia, para aprender coisas diferentes. Mas hoje ele é pequeno, está ainda começando a ter noção do outro e mal senta sozinho. E pode ficar em casa, então fica.

Meu dia a dia está um malabarismo só. Eu estava psicologicamente preparada para sofrer a dor da separação diária e continuar a mesma rotina, e tudo isso me pegou de surpresa. Uma doce surpresa. E assim como com relação ao andador, tudo que eu quero é ser respeitada na minha (nossa) decisão. Como as pessoas têm coisas para falar!

5 comentários:

Tatsu disse...

Sempre colocando nas palavras e textos, o que sentimos. Sensacional. ;)

Unknown disse...

Muito bom o texto. Todo mundo SEMPRE SABE o que é melhor para o filho dos outros... ou melhor, sabe o que é melhor em relação a qualquer coisa na vida dos outros.

Mas eu sei bem como é quando todos dizem "é tão mais fácil fazer como todo mundo faz" e sua mente se esforça pra tentar fazer e simplesmente não consegue, porque você é você e não todo mundo! =)

O (K)Enzo será um meninão inteligente, saudável, sociável e mimado pelo dindo! =P hahaha

Bjos!

Ana Paula disse...

Seguinte, a decisão deve ser sempre de vcs, vc está certíssima com relação a isso, se sente mais segurança, sente que pode dar tudo que o bebÊ precisa em casa, e tem essa flexibilidade no trabalho de ficar em casa e quer isso, por que não? Tá certa!
Comigo o negócio é diferente, eu não consegui e sei que nessa próxima vai ser do mesmo jeito. Deu 5 meses o bebê vai sim pro berçário, 1- Pq tenho que trabalhar, 2- Pq não consigo ficar muito tempo em casa, mesmo que seja cuidando de um bebê fofo. Mesmo que tente, não tenho tanta criatividade para muitas atividades com a criança.
Com a Alice foi assim e ela é bem saudável e muito inteligente, o Enzo vai ficar em casa, mas não tenho dúvidas que ele também será saudável e inteligente. Isso é genética amiga hahahaha.

Kati Zanatta disse...

Pois é, amiga! Cada um tem que decidir o que é melhor pela sua própria cabeça, sempre pensando no bem estar do bebê, né? E tá aí a Alice para mostrar que "cosalinda" independe de escolinhas, babás e tudo o mais. É coisa de "berço", rs.
Obs. e prá manter o Enzo "antenado", eu leio muito. Às vezes me pego fazendo cada coisa, rs. Acho que depois dele vou poder trabalhar como recreadora infantil!

Ana Paula disse...

hahahaha..olha só. Ótima profissão rs.

Abre um buffet infantil amiga rs.