quarta-feira, 15 de junho de 2016

O começo de tudo. Porque a vida é tudo que há.

Quanto vale investir no ser humano em formação, para que o futuro seja um tempo melhor para se viver?

“ (...) Há algo desmoronando, e há também algo que está nascendo. Nós escutamos o barulho do carvalho que cai, mas não escutamos o barulho da floresta que brota. Ouvimos o ruído das torres desmoronando, mas não escutamos a consciência que desperta. No mundo de hoje há muitas coisas que desmoronam, e em geral falamos das coisas que fazem ruído, mas não falamos das sementes de consciência e de luz que estão germinando“. Jean-Yves Leloup

Ontem, finalmente, assisti O COMEÇO DA VIDA. Eu já sabia do que se tratava e já sabia que iria me emocionar. Para quem não ainda não viu, veja! O filme traz um panorama do que está se falando sobre a primeira infância nos dias de hoje, algumas visões de especialistas, pais, mães e as mudanças todas que, por vezes, deixamos de perceber, por estarmos muito focados no dia a dia.

E é exatamente pelo filme falar sobre o que estamos falando, nós que nos interessamos pelo tema, que eu fiquei esperando um pouquinho mais de aprofundamento. Mas entendo que ele é para um grande público. É uma dessas sementes de que Leloup fala, que estão brotando por aí, em vidas e corações. E que provocam mudanças, mais cedo ou mais tarde.



Três aspectos abordados no filme me chamaram mais atenção, e me colocaram em questionamentos, o que é ótimo, embora eu durma um pouco menos quando isso acontece (ah, e fora que repassei os 5 anos de vida do me filho, pensando no que teria feito diferente se soubesse lá atrás o que sei hoje. Sei que esse tipo de questionamento só serve se for aprendizado pro futuro, mas é inevitável para mim).

Primeiro, o investir na ciência lá de fora, e esquecer completamente da ciência aqui de dentro. O ser humano atingiu níveis incríveis de conhecimento científico, e ainda está engatinhando no que diz respeito às relações humanas. Não acolhe a vida e morre de medo da morte (desse jeito mesmo), pleiteia um mundo feliz, sendo que desde cedo o que mais faz é matar a felicidade, já que ela está intrinsicamente ligada às coisas simples. Mas o que é simples já não tem tanto valor. Ou não tinha. As sementes de um novo pensamento estão brotando.

Depois, do senso de comunidade. Como pais, como nos sentimos sós! E não falo de gente em volta, porque de nada adianta um bando dizendo o que deve e o que não deve ser feito. Falo de acolhimento, de aceitação, de cooperação. Quantas vezes eu quis que alguém me dissesse que estava tudo bem, mesmo parecendo não estar, e hoje, como gostaria de ser menos julgada, até para pode não me julgar tanto. E como faz falta nos preocuparmos com o todo, como diz no filme: o mundo vai ser mais ou menos difícil para nossos filhos, conforme o fazemos hoje mais ou menos difícil para os filhos de todos. Somos todos parte. De tudo.

Por últimos, dos papéis – essa coisa do paizão que troca fralda. Como ainda temos que evoluir em tanta coisa, não é mesmo? Policiar o modo como julgamos os outros pode ser um bom começo. Porque quem disse que qualquer coisa nessa nossa vida TEM que ser ASSIM? Se liberdade é poder dizer não, desejar a liberdade é querer decidir, tomar rédeas, e faz parte disso libertar-se dos padrões impostos pela sociedade. Ou não. Mas permitir-se escolher. Cada caso é diferente, cada maternidade e paternidade é diferente, assim como cada indivíduo o é.


Sei que essa é uma análise muito minha, muito pessoal. E que o melhor sempre vai vir de trocar essa minha opinião com outras opiniões e crescer juntos. Mas depois de ver o filme, me deu uma vontade de silenciar para ver se ouço menos os estrondos e se deixo mais espaço para novas sementes germinarem em mim.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Se você observar...

... vai ver que existe mais gente boa do que ruim.

Se você observar, vai entender um bocado de coisas sobre as pessoas, que muitas vezes não mostram o que são de verdade, e não é porque elas não querem, mas porque não sabem ou porque têm medo ou porque não se sentem amadas ou porque não acreditam que isso trará algo de bom para suas vidas.
Se você observar, vai entender que a natureza realiza trocas constantes com o ser humano e que ela só nos dá aquilo que damos a ela -  e há quem ache que ela não é nada inteligente, imagine só.

Se você observar, com os olhos fechamos, ou mesmo somente em silêncio, vai perceber que existe um universo infinito dentro de você, que normalmente é ignorado e onde habita uma riqueza infinita de entendimento da vida, que só é ativada quando se perde o medo de si mesmo.

Se você observar, vai entender que nossos costumes (e o modo como a gente anda, fala, se veste, se penteia, se maquia) acontecem mais ou menos em ciclos, são respostas coletivas aos acontecimentos que regem a nossa sociedade, e é por isso que falamos, de vez em quando, “nossa, eu usava isso quando adolescente”, e rimos, porque até o ciclo se completar, aquilo era totalmente patético. E agora é um novo hit.


Se você observar, vai notar que tem muita gente buscando respirar mais, estar mais ao ar livre, usar roupas de origem natural e sem ser animal, alimentar-se de forma consciente, praticar yoga ou algo que a conecte com a natureza e com seu interior, buscando um estilo easy going de viver.

Se você observar, existe mais informação, e cada vez mais conteúdo de qualidade (em detrimento de uma década de empobrecimento da notícia e, consequentemente, do conhecimento comum), sendo veiculada sobre tudo nas redes sociais, exigindo que as pessoas se conectem, leiam com mais diversidade, busquem mais, interpretem mais, ou serão mais do mesmo, compartilhamento oco, blábláblá sem recheio.

Se você observar, verá que mais pessoas afins estão se encontrando, para formar laços que construam, que multipliquem, que gerem o que é bom de verdade.

Se você observar, e falar menos e ouvir mais, se tentar entender, se questionar, se abrir a alma. O que precisa vir até você virá.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Revisitando interesses!

Eu sempre gostei de moda e decoração, tanto que fui aprender o primeiro assunto logo depois de me formar e descobri um campo vasto, muito maior do que o comércio que o representa. Como a gente se veste e se comporta diz muito da nossa época, de onde a gente se encaixa e analisar a indumentária e os costumes é uma foma de ler quem somos. Montar look, então, é mostrar também quem queremos ser. Acho sensacional.

Primeira festa de verdade que inventei e fiz, sozinha! <3 b="">

Já decoração eu sempre levei como um hobbie. Ler, pesquisar, fazer uma coisa aqui, outra ali. E foi uma das coisas preciosas que a maternidade me proporcionou - eu AMO fazer as festas, ajudar nos trabalhos da escola, montar bonecos de sucata e tudo mais. Mas, no fim do ano, depois de muita terapia, eu decidi investir nesse meu lado artístico, rs. E nasceu a A MAIOR FESTA, que faz delicadezas com papel e tecido, pouca grana e muita criatividade, para ajudar quem quer fazer uma festa em casa, na sala ou no jardim. Chá de fraldas também. Formatura e casamento, por que não?


É uma delícia criar e tornar realidade!

Também ando prestando mais atenção em moda ultimamente, e essencialmente porque economizar, gastar de forma consciente, reaproveitar e exercitar a busca da própria personalidade foram surgindo como necessidades. E eu descobri que isso é mesmo divertido! É possível encontrar saídas fenomenais para quase tudo que a gente quer. Basta estar aberto a novas possibilidades!


Eu voltei. Ou será que nunca fui?

Durante essa semana, me chamaram a atenção mais de uma vez para o fato de eu não ter mais um blog. Sim, alguém lia o que eu escrevia aqui. E eu que pensava que era só um diário no qual eu mesma me dava conta de uma série de caraminholas que passavam pela minha cabeça! Vejam só! Bem, tudo mudou, como sempre muda, e talvez haja mais para compartilhar. 


Quem sabe o que esse mundão nos reserva?

Cada vez mais acredito que a missão mais importante desse mundo é espalhar bondade, seja escapando das armadilhas do ego, exercitando a gratidão, prestando atenção enorme em como estamos criando nossas crianças e desenvolvendo cada vez um sentido de permanência - sim, a ansiedade e urgência que a sociedade nos impõe acabam com nossa paz, e é preciso voltar à essência e lembrar de que estaremos muito tempo por aqui, seja entre idas e vindas, seja pela longevidade daquilo que produzimos, seja pelo futuro melhor que construímos. 

Eu aprendi a me comunicar melhor por meio das palavras, falar não é o meu forte, cantar, talvez, mas aí já é uma outra história. Mas escrever, aí sim, é possível. Então, se é assim, aqui estamos nós!

domingo, 4 de maio de 2014

Hoje tem um tema assombrando a minha vida. Não de um jeito ruim, na verdade, mas de um jeito presente. Que idade você tem? Por que essa coisa de idade mexe tanto com a gente e pesa tanto nesse mundo que deveria ser pós-moderno e aceitador (?) da diversidade?

Eu nasci em 1976. Mas podia ter nascido ontem. Tem gente que nasce com 20 e poucos anos porque acorda para a vida. Tem gente que nasce velho, parecendo cansado de tudo e de todos. E tem gente que morre mais jovem do que eu jamais vou ser. Isso fora o fato de que a gente renasce quase todos os dias, já que o sono é uma espécie de morte. E que vamos nascer de novos outras tantas para quem acredita em reencarnação.

Só que a gente inventou essa coisa de viver dentro de uma historinha com começo meio e fim. E é exatamente por isso que o povo morre de pena quando alguém morre “antes da hora”. Ãh? A gente aprendeu a tecer um planejamento – nasce, cresce e morre, do tipo plantinha fazendo fotossíntese. Só que a vida humana não é transformação de estado simplesmente e tem muitos que vivem em um ano o que outros levam uma vida inteira para não viver.

Os 5 primeiros minutos de um filme podem valer o cinema. E um beijo sem fôlego que te deixa tonto pode valer mais do que um ex-namoro de 5 anos. Tudo depende de peso e medida e de como você (escolhe) vê a vida. Um “estou velho demais para isso” te trava, enquanto um “por que não?” abre mil portas. Achar que passou da hora constrói muros, enquanto sempre acreditar que há tempo abre portas. Por isso, tudo depende da sua idade mental.




A duas semanas do meu aniversário, dados os últimos acontecimentos da minha vida, me peguei pensando hoje que não tenho a idade que tenho, ou a que deveria ter (???). Eu brinco sempre que estamos 10 anos defasados na tal maturidade (?). Os 37 são os novos 27, então? Mais ou menos por aí. Afinal, a gente tem a idade dos sonhos, das buscas, das ousadias, dos amores e da fome de vida que tem. E isso pode ser bom ou ruim. 

Bom se for combustível para viver mais e melhor, para se permitir mais, para deixar de lado convenções sociais (I try) e pensar que a vida é aqui e agora. E ruim se for desculpa para zero responsabilidade, especialmente se for com os sentimentos do outro. Eu vou continuar abraçando a parte boa e comendo pipoca na frente da TV, dançando ao som de música boa, rindo de doer a barriga, cometendo pequenas loucuras que deixam a vida mais leve. E rejuvenescendo a alma, a cada ano que passa.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Cadê a criação?

No meu tempo, moda era quase sinônimo de transgressão. Eu lembro que me formei em jornalismo e queria me aperfeiçoar em alguma área. Fui buscar a de publicações, pois eu queria fazer uma revista completa e sabia pouco sobre design gráfico. Depois de fazer a inscrição do vestibular, vi que o curso que eu buscava só tinha entrada seis meses depois. Ou seja, era perder o dinheiro ou tentar outro curso. Fui vendo os currículos e me interessei pelo primeiro semestre do curso de moda, pois ele tinha várias disciplinas em comum com Desenho Industrial. Me inscrevi e passei na prova vocacionada (foram os livros ou eu levava jeito? Rs).

Lá fui eu fazer Moda. Confesso que até entrar no curso tinha um certo preconceito, como quase 100% de quem estava de fora na época: Moda é coisa de modelo. Que nada, me deparei com uma turma maluca, super criativa, éramos incentivados a estudar a arte, a história e a sociedade, para tentar entender os movimentos de comportamento e os caminhos do futuro, para criar pensando na geração de amanhã.
Mais se destacava quem era mais diferente, quem não tinha medo de errar, quem tinha uma veia transgressora forte, que ia além, enxergava o que a maioria não via. Éramos poetas, comunicadores, loucos atrás de tudo que fosse novo e diferente.

E aí eu pergunto: cadê a moda? Cadê a transgressão? Na era dos blogs, o que mais vejo é um monte de menina bonita, com grana e que veste grife. E que dá muita “dica” de tendência, substituindo os cadernos de produto das grandes revistas e dos cadernos de moda dos jornais. São bem maquiadas (cite grifes), bem penteadas (cite profissionais), ganham presentes a toda hora de marcas que elas então sugerem como as “the best”. Só para mim tudo isso parece tudo óbvio e comportado demais?
Nada diferente das vitrines, nada que choque ou que seja estranho em um primeiro olhar, nada que sugira uma ideia totalmente nova e que transgrida o ciclo dinheiro-marca-look do dia. Uma ou outra lembra que pobre também vê blog e dá dica de onde comprar os genéricos da moda, os tais “inspired”.

Tudo chato, sem sentido, muito comportado, muito cachorrinho no colo.

Eu tenho uma afilhada que como milhares de sua geração também adora moda, compras, looks e afins. Eu acredito nela, porque ela ousa. Porque às vezes eu vejo algo que ela sugere ou coloca como inspiração e simplesmente não acho bonitinho. Tem conteúdo ali, tem ideia ali. Sou de uma época em que moda era chamada criação. Mas cadê?

domingo, 30 de dezembro de 2012

O fim ou o começo?

Mais um ciclo termina para alguns de nós. Não consigo parar de pensar que damos importância demais a construções culturais (e extremamente recentes, diga-se de passagem), já que a mudança do calendário acontece amanhã apenas para uma parte da humanidade. Mesmo assim, na meia noite vou estourar espumante, pular sete ondas e comer lentilha sem tocar os pés no chão, vou fazer oração para Iemanjá lavar a entrada do ano, porque eu faço parte disso e toda essa simbologia faz parte de mim. E vou fazer meus agradecimentos e pedidos, silenciosamente, esperando lá no fundinho que realmente a meia noite traga uma mudança.
2012 foi um ano incrível, mas muito difícil. Minha vida (e consequentemente a do Enzo) virou de cabeça para baixo e apesar da loucura toda o saldo é sempre positivo: terminamos mais uma etapa com mais (auto) conhecimento, com saúde, com um mundo de oportunidades pela frente e eu entendendo, cada vez mais, que o desapego é o único caminho da verdadeira felicidade: desapegar das coisas ruins, de situações ou lugares como determinantes para nosso bem estar, de ideias antigas ou pré-concebidas que pouco a pouco começam a provar que não têm mais razão de ser, e também de um status quo que se mostra cada vez mais demodè e fora da nova lógica do ser.
Eu posso dizer que terminei 2012 ainda mais viva. Mais consciente de que as rédeas da minha vida estão nas minhas próprias mãos e que preciso lutar com todas as forças contra o medo, pois é ele o principal freio para a verdadeira felicidade, que não estamos nem perto de conhecer.
Eu peço ao papai do céu que em 2013 meu filho e eu tenhamos muita saúde, muito amor, que possamos receber as bênçãos que chegam cada vez em maior número e que tenhamos alegria nos nossos corações. E que possamos realizar nossos sonhos, nossos projetos de vida. E que possamos ajudar os outros e multiplicar toda felicidade, já que nada adianta ser feliz sozinho.
Amanhã, à meia noite, eu desejo que a luz toque cada\coração, e que ao abrir os olhos na terça-feira, todos estejam se sentindo um pouco mais pertinho daquilo que realmente querem ser.
Feliz ano novo!