terça-feira, 5 de agosto de 2008

Chove lá fora...

... parece mentira. Depois de tanta estiagem... é para lavar a alma! :)

domingo, 3 de agosto de 2008

A última folha...

Fazia tempo que eu queria voltar a escrever. Porque escrever é realmente uma das coisas que eu mais gosto de fazer – e olha que eu gosto de fazer muita coisa, mas poucas me dão tanto prazer quanto colocar em palavras pensamentos e idéias. E às vezes nem dá vontade de que alguém leia. O importante é a sensação boa que dá ao ler e ver que se conseguiu dizer exatamente aquilo que queria.

Hoje me deparei com uma vontade incontrolável de voltar a estudar. Eu sempre adorei estudar, sempre fui aquela chamada de CDF, que fazia tudo sem sentir aquele pesar de ter que ler, reler, entender, decorar ou sei lá mais o quê. E tenho muuuuita vontade de continuar a construir uma carreira acadêmica. Fiz faculdade e pós. Próximo passo: mestrado. Aí me perguntaram: mas por quê não faz?

E quer saber? É que não coloco fé em muito curso que tem por aí e principalmente naqueles que custam os olhos da cara – novíssimos e caríssimos. Sei lá. Hoje a Mila, fofíssima, me passou o link do documentário “a folha que sobrou do caderno” da Boana Estúdios, que fala sobre o modelo universitário ultrapassado que temos hoje e sobre a apatia que toma de assalto a juventude, em número cada vez maior e com mais velocidade.

Tenho pena de tanto jovem saindo da universidade e sabendo fazer, mas limitado na hora de argumentar, discutir, colocar idéias, escrever, corresponder a qualquer diversidade que apareça. E o mundo é diverso e complexo, ele não é o a+b da equação. Ele é, na verdade, um mundo de coisas que complementa essa conta e que faz a gente rir e chorar. Ser mais e ser feliz, se conseguir.

Vendo o documentário, me deu saudade do tempo da “facul”, quando as coisas pareciam ser mais verdadeiras. Honestamente, a última vez em que visitei meu antigo curso de jornalismo, tive um choque – aquele prédio reformado, com toda a tecnologia de ponta e muita gente descolada me pareceu tão frio, com um glamour tão plastificado. Quase sentei e chorei. Senti-me forasteira em minha própria cidade natal.

Deu saudade da velha máquina de escrever – e olha que nem sou tão velha assim... mas é que universidade pública demorou um pouco mais a se estruturar, sabe como é (rs) – das salas de vídeo e edição, da antiga hemeroteca onde eu entrava e quase morria espirrando, das reuniões na escada, em que rolava muita risada mas de onde surgiam idéias extremamente criativas.

Eu lembro que, para chegar ao curso sem dar uma volta maior, a gente caminhava na grama e depois na lama, e reivindicou um caminho decente durante um bom tempo. Quando finalmente a universidade liberou o dindim e o tal caminho foi construído, teve até inauguração oficial da “Passarela Brito Quirido*”. Claro que a gente tirou um sarro feroz, com o perdão da gíria, do acontecimento, mas no fundo aquilo mostrava um amor incrível que tínhamos por aquilo que estávamos aprendendo.

Dá saudade. Mas dá mais gás. E é bom saber que tem gente pensando fortemente nisso e que talvez daqui a algum tempo eu possa voltar a fazer parte desse mundo. Um mundo que sempre me fascinou. O mundo do verdadeiro conhecimento. E no documentário, me marcou muito uma frase do Prof. Eddy, Coordenador do Curso de Design da Belas Artes, de São Paulo, e me permito finalizar sem me alongar demais sobre ela, pois ainda quero digerir tudo que vi e ouvi: “entender das coisas do homem é fundamental”.

*referência à “Passarela Nego Quirido” – com essa grafia mesmo, de Florianópolis, aonde acontecem os desfiles de escola de samba, e a um dos professores mais memoráveis do curso.

Eu em Sampa III

Ressuscitando o cordão umbilical com o mundo tecnológico....