sexta-feira, 27 de maio de 2011

Não pode!

Desde que engravidei, me deparei com um sem fim de "podes" e "não podes". Não pode carregar peso, tem que tomar sol no peito, não pode pintar o cabelo, tem que dormir em decúbito lateral esquerdo (juro), e por aí vai. E pesquisa vai, médicos-mães-amigas vêm, uma coisa eu descobri: absolutamente tudo tem dois lados, opiniões diferentes e em absolutamente tudo precisa imperar uma coisa (que obviamente nem todo mundo tem): o bom senso.
Mas nada, nenhum conselho ou crendice ligados à gravidez se compara ao depois do nascimento do bebê. Meu Deus, quanta opinião diversa! E então os pais de primeira viagem, já atarantados com tanta novidade e com foco único e exclusivo em manter vivo aquele ser minúsculo, precisam também conviver com os conselhos e "preocupações" alheias. E ainda precisam escolher um médico pediatra que não apenas tenha feito uma boa escola e que seja perito em examinar a goela da criança sem que ela morra se esguelando, mas tem também que ter uma linha de pensamento (diga-se opinião pessoal) com as quais os pais (que já tentam desesperadamente concordar entre si) se identifiquem.
Não pode deixar a criança dormir no peito, mas tem que deixar ela mamar 20 minutos (eu disse 20, e ele nem 10 conseguia sem dormir) pra engordar e acostumar com o peito; não pode deixar a criança usar o peito de chupeta, mas também não pode dar chupeta porque prejudica a fala. Isso só pra citar as duas primeiras e mais simples dicotomias de ser pai/mãe.
Há opiniões diferentes para tudo: há que pesquisar muito, ouvir muitas opiniões e tomar as próprias decisões. E torcer pra dar certo, tendo certeza que o mais importante é tomá-las com parcimônia e amor. Nós tiramos o protetor de berço, que nunca tinha feito mal pro Enzo, porque não pode usar: "Deus me livre, ele pode sufocar". E aí, sem o protetor, ele, que já dormia 8 horas por noite, acordou 3 noites seguidas batendo a cabecinha na madeira do berço. Ah, quer saber? O protetor voltou, e com muito cuidado e carinho, nosso bebê vai muito bem, obrigada.
E para não me alongar muito, porque esse assunto rende e eu to caindo pelas tamancas, a última das polêmicas: o famigerado andador. Eu tenho uma familia gigante, que obviamente sempre é cheia de bebês e por isso tem casos de todos os tipos: aqueles que usaram e aqueles que não usaram - nenhum de nós teve problema algum. E ainda assim a gente pesquisou bastante antes de tomar a decisão e compramos o andador: para proporcionar mais um estímulo para o Enzo, não para ter uma babá de 6 rodas. Ele tem a altura certa: permite que o Enzo sente para descansar e que coloque o pé inteiro no chão e não apenas a ponta, nós nunca o deixamos sozinho (como eu disse, é mais um estímulo que damos a ele, com ele) e nem por muito tempo, até porque ele cansa de tudo muito rápido. E ele fica feliz da vida nos seus minutos de "liberdade", explorando o mundo ao redor, e depois volta para outras atividades, como o chão prá aprender a engatinhar e os travesseiris que estimulam a sentar sozinho. Mas o que ele mais gosta é da gente segurar e ele ficar em pé.


Ah, e só pra terminar: o Enzo usa chupeta, protetor de berço e quando teve febrinha, dormiu com a gente sim. E quer saber? Ele é feliz, a gente também. E nós, com muita pesquisa, bom senso e amor, tentamos fazer o mundo dele ser uma delícia, como o nosso é com ele por perto!

domingo, 22 de maio de 2011

Congela!!!

Definitivamente, ser mãe é uma coisa dúbia (rs)! A gente quer que o filho comece a falar logo, que o primeiro dentinho apareça logo, que ele dê os primeiros passinhos, cada dia é uma conquista. Mas a gente também fica com uma sensação de que tudo passa muito rápido, e que não dá tempo de curtir como a gente queria cada momento. Dá uma vontade de congelar o tempo e ficar naquele estado de graça.
Mas não dá, a chaleira tá apitando, a máquina de lavar parou de funcionar, tem que cuidar para a papinha não queimar, e fazer aquela entrevista pro texto sair. Ou seja: aproveita, amiga, olha praquele rostinho e decora aquela expressão, e torce pra ele repetir, porque não deu tempo de bater uma foto!
Aí eu fico pensando: ser mãe é um baita aprendizado pra a vida - de paciência, de "deixa estar", de ser feliz ali, quando dá, porque ser feliz é um estado de espírito, mas tempo pra curtir a materialidade daquela alegria é algo escasso! Ainda assim, porque será que as pessoas continuam "matando" o tempo? A filosofia chinesa prega viver o aqui e o agora, já que o que passou não volta e o que vem ainda não aconteceu - e digo mais, depende unicamente de como você vive o presente! Quantos acidentes poderiam ser evitados se a pessoa não quisesse ter um carro de vantagem? Quantas separações poderiam ser evitadas se as pessoas se ouvissem? Como a vida seria diferente se a gente diminuisse a marcha e parasse de viver no automático?
Eu sinto, muitas vezes, vontade de congelar o momento. Mas aí sou invadida por uma sensação maravilhosa: a certeza de que isso vai acontecer todos os dias da minha vida! Como diria a Anita (eu não aguento, vou roubar essa expressão pra mim): PUROAMOR!!!

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Mãe é um coração só

No ano passado, nessa mesma época, eu estava exultante, vivendo o terceiro mês de uma gravidez mais do que desejada. Recebi felicitações, bilhetinhos, flores. E naquela época a coisa mais linda desse mundo ainda era um feijãozinho e nem chutava na minha barriga. E eu já era feliz. Mais do que feliz, eu já me considerava a mulher mais sortuda do mundo, com uma pontinha de dúvida se aquilo era verdade e se aquele presente ia mesmo se concretizar (infelizmente, aprendi desde cedo que "quando a esmola é demais, o santo desconfia").

Hoje, um ano depois, parece mentira que tenho no meu colo um bebê de quase seis meses, que já quer sentar sozinho, pegar a colher sozinho, acha que sabe a melhor para tudo nessa vida (estamos trabalhando essa parte da paciência nele, rs) e que já passou por fases tão distintas: de magrinho a fofinho, de moreninho e loirinho, de dorminhoco a chorão na hora de dormir, de cheirosinho a sugismundo de papinha e assim por diante.

Naquela época eu achava que eu era sortuda. Achava que era feliz. Achava que a vida não poderia ser melhor do que era com aquele coraçãozinho a mais batendo dentro de mim. E quer saber? Podia. Porque hoje, sem dúvidas, eu sou mais feliz do que eu era um ano atrás. E acredito que esse sentimento seja mutante e exponencial. E vai continuar enquanto eu e ele existirmos. Porque agora o meu coração bate fora de mim, né? Sabe como é: mãe é um coração gigante, que ou está batendo de alegria ou de apreensão, ou está cheio de orgulho ou de tristeza, ou tá colorido com a presença filial, ou está apertadinho e morrendo de saudade.

Acho que depois que a gente é mãe passa a ter mais consciência do nosso próprio coração. Antes a gente nem dava bola - a não ser quando estava apaixonada - ficava ele lá, esquecido, batendo corriqueiro com as coisas do dia a dia. Mas agora? Meu Deus, agora é um sobressalto aqui, um derramamento de doçura ali. Mãe é coração puro. E como sofre. É dor e delícia, trabalho e compensação. E eu fico pensando que já fui assim, pequenininha, no colo da minha mãe, e que ela me amou tanto quanto e amo meu filho. E aí eu a amo ainda mais. E é um tal de amor prá cá, amor prá lá. Ainda bem que isso tudo existe, porque senão a vida seria muito menos maravilhosa, cheirosa e aconchegante.

Obs. mãe, eu queria estar aí, mas tu sabes que moras no meu coração, que nada disso teria acontecido se tu não tivesse me escolhido prá ser tua filha. Muito obrigada! Te amo*